Médicos e especialistas em doenças raras garantiram num webinar do Jornal Económico que o futuro da medicina passa pela personalização dos tratamentos a cada caso individual, com recurso a ferramentas de Inteligência Artificial e ‘Big Data’, mas não descartam desafios.

Paulo Gonçalves, da associação RD-Portugal, concorda que não deva existir “um registo para cada patologia”, antes pelo contrário, considera que tem ser feito um registo nacional, mas que há que ter atenção à questão da anonimização dos dados. “Se fizermos umas perguntas sobre uma determinada patologia em Vila Franca de Xira, vamos encontrar uma pessoa – e rapidamente a identificamos. Há que ter atenção”, acautela.

“Quando de repente me aparece um doente com um cancro qualquer raro, que toma aquela medicação, e nessa base de dados eu tenho 5 mil doentes iguaizinhos a ele, a IA vai varrer essa base de dados e dizer-me que as pessoas mais gordas não respondem tão bem a esse medicamento. Ora isto levanta questões”, diz António Vaz Carneiro.
In Jornal Económico Online (O) | 28-02-2022